Festa literária da Praia do Forte será no histórico Castelo Garcia D'Ávila

11.7.22


A Festa Literária Internacional da Praia do Forte - Flipf (pronuncia-se Fli-pê-éfe) teve início em 2019 e nasceu com planos de ser realizada anualmente. Mas, por causa da pandemia, a segunda edição aconteceu online, no ano passado. Agora, a festa volta a ser presencial e em um cenário repleto de história: o entorno da Casa da Torre do Castelo de Garcia D'Ávila.

De 4 a 7 de agosto, vão passar por ali autores brasileiros e internacionais em mesas de discussão sobre literatura. A curadoria do espaço é da baiana Josélia Aguiar, que por dois anos foi curadora da Flip - Festa Literária Internacional de Paraty, o pioneiro e maior evento nacional do gênero. Josélia é também autora de Jorge Amado - uma Biografia, sobre a vida do escritor baiano.

“A programação buscou oferecer temas de interesse para um público bastante misto. Mesmo quem não é leitor assíduo poderá encontrar um autor ou mesa que desperte sua atenção e gosto”, diz a curadora.

Também buscamos reunir autores e autoras de gerações distintas, mesmo dentro de uma mesma mesa, somando visão histórica e olhar contemporâneo”.

Uma demonstração desta diversidade de gerações que estará presente no evento já na primeira mesa, quando estarão juntos dois baianos revelados em momentos bem distintos: Antônio Torres, de 81 anos, e Itamar Vieira Júnior, de 43. Torres é membro da Academia Brasileira de Letras desde 2015 e lançou seu primeiro romance, Um Cão Uivando Para a Lua, há 50 anos. Já Itamar estreou em romances há apenas três anos, com o premiadíssimo Torto Arado.

 No total, serão 10 mesas com um total de 24 autores, sendo dois internacionais – a argentina Ariana Harwicz, pela primeira vez no Brasil, e o angolano Ondjaki. Os dois estão divulgando livros novos. A argentina participa de um encontro com Socorro Acioli e Franklin Carvalho. Ondjaki vai conversar com Alex Simões e Maria Dolores Rodriguez.


Arte Moderna

Com inspiração no centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, a Flipf vai falar da Bahia moderna, sobretudo a forjada nas décadas de 1950 e 1960.

"Vamos partir do centenário da Semana de Arte para mostrar como a Bahia moderna se estrutura. Mas, como não queríamos nos estender para uma discussão acadêmica, trouxemos um grande nome da dança, que é Lia Robatto", justifica Josélia.

Hoje aos 82 anos, Lia vem representando sua geração, que testemunhou e ajudou a construir a cultura da Bahia nos anos 1950 e 1960. Também estarão na mesa Francesco Perrota-Bosch, arquiteto que biografou Lina Bo Bardi, e a colunista do CORREIO Kátia Borges, que estudou a geração literária da Bahia dos anos 1950 e 1960.

De olho na relação entre o audiovisual e a palavra, a Flipf vai trazer Aldri Anunciação e Raphael Montes. Aldri, baiano, vai falar sobre a experiência de levar para o cinema seu texto Namíbia, Não!, criado originalmente para o teatro. Raphael Montes é autor de livros policiais e de suspense, que passou a também escrever séries como Bom dia, Verônica, da Netflix, e dedica-se agora à primeira novela da HBO Max, Segundas Intenções.

Mas a programação não será restrita a debates em torno da literatura: em breve, serão divulgadas as programações de um espaço dedicado a crianças e um outro voltado para o público juvenil. Atrações musicais também vão marcar presença.


Dia 04/08

- Mesa 1 / Essa Terra

Antônio Torres e Itamar Vieira Junior

Leituras: Rita Santana


Dia 05/08

- Mesa 2 / Bahia Moderna Bahia

Lia Robatto, Kátia Borges, Francesco Perrota-Bosch

Criação e pesquisa, da vanguarda ao popular 10h


- Mesa 3 /Lute como uma garota

Giovana Madalosso, Roberta Estrela D`Alva, Milena Britto

Ativismo, criação artística, literatura escrita por mulheres e intervenção cultural são

os principais eixos dessa conversa,13h30


- Mesa 4/ Do amor e outros demônios

Ariana Harwicz, Socorro Acioli, Franklin Carvalho

O que inspira, como se cria. 16h


- Dia 06/08

Mesa 5 – Eu vi o mundo

Aldri Anunciação, Raphael Montes

Literatura e sociedade, o texto que chega às telas e aos palcos 10h


- Mesa 6 / Outras palavras

Alex Simões, Maria Dolores Rodriguez e Ondjaki

A experimentação em suportes artísticos distintos, a combinação de palavra, corpo e imagem 13h30


- Mesa 7 / Vida que segue

Christian Dunker, 16h


Dia 07/08

- Mesa 8 / Entre o céu e a terra

Naine Terena, Denizia Kawany Fulkaxó, Ró de Nuca

Arte, cultura, natureza e saberes locais 10h


- Mesa 9 /Bahia póstudo

Ayrson Heraclito, Capinan, Everlane Moraes

Estética e política, os desafios da cena contemporânea, 13h30


- Mesa 10 / Meu livro de bolso

Convidados dessa terceira edição voltam ao palco para falar de suas leituras de cabeceira, 16h



PUBLICADO EM: Jornal Correio

IMAGEM DE CAPA: Divulgação

Você também pode curtir

0 comentários