O álbum

8.2.22


Nos anos 60, o álbum era o melhor hobby que existia.

A viagem começava com a compra do próprio.

Virgem de figurinhas era manuseado afagado, aberto e fechado milhões de vezes. Com a compra das primeiras estampas , um sem números de atividades eram exercidas. A colagem, a troca das duplicatas (tarefa dificílima), o jogo do bafo bafo enfim ocupação total do tempo.

Aí, começa essa história.

Meu pai (olha ele aí), na sua incurável e escondida proteção, sem que eu soubesse, claro, compra no câmbio negro todas as figurinhas do álbum e embala no saquinho próprio, misturadas a outras duplicatas para que eu não desconfiasse e pudesse participar das trocas obrigatórias com amigos. Me dava esporadicamente, como se tivesse comprado naquele dia.

Completei muitos álbuns achando que era um sortudo.

A última figurinha de todos os meus álbuns deveria ser o retrato dele.

Mas valeu, e como valeu!


Ruy Botelho.



IMAGEM DE CAPA: Pixabay

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