Cadê o mágico?

15.2.22

   


Época dos festivais de canções, tv. Record em alta, os artistas idem, mostravam seus talentos.

Tantos se destacaram, Caetano e sua Alegria Alegria; Gil passando um domingo no parque; Roberto Carlos cantando um samba, Maria Maria; Edu Lobo, Marília Medalha, Os Mutantes e tantos outros gênios da canção.

Mas, dentre todos, o compositor que eu mais gostava era o genial e mestre, até hoje, Chico Buarque de Holanda.

Compôs a música mais brejeira que conheço e retrata uma época fantástica de todas as pessoas.

Quem nunca foi a um circo? A música O circo, gravada pelo BAIANÍSSIMO Quarteto em Cy, conta essa história de um tempo magico.

Desde a lona rasgada, pra que a lua também possa ver a festa, passando pela necessária charanga; pelo trapezista com seu salto mortal; mas que também retratava suas tristezas, como o palhaço, a alma do circo, também com seus sorrisos reprimidos fora do palco; o sisudo domador com seu chicote autoritário, mas com amores indiferentes; a bailarina com seu corpo de senhora e seu rosto de menina; enfim,  personagens fantásticos do nosso cotidiano.

Mas, na sua genialidade, Chico esqueceu o personagem que pelo menos para mim é o mais importante de qualquer circo que se preze: o Mágico. Senhor dos segredos, dos mistérios e da ilusão. Por isso é que ousadamente e pedindo permissão para usar a mesma harmonia e música, escrevi essa estrofe, sem nenhuma pretensão de incluí-la na impecável obra.

Lá vai:


Quanta coisa da cartola tira o mágico sabido 

Tira um coelho, tira uma bola, tira um lenço colorido 

Numa mão tem um baralho e caem moedas do ouvido 

Iludiu toda plateia que assiste com emoção 

Mas seu rosto é sempre triste,

Pois seu mundo é uma ilusão.

Quanta pretensão, mestre, mas com sua permissão coloquei meu personagem.

ABRACADABRA


Ruy Botelho.



IMAGEM DE CAPA: Coração foto criado por freepik - br.freepik.com

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