A morte / vida do Português
22.2.22
Não conheço nada mais mágico que uma bola de futebol, principalmente se ela for rolada em direção a uma criança. Aí você vai poder ver, a magia que esse objeto exerce.
O contato com essa esfera é medicinal, cura tudo mesmo.
Já pensava assim, quando ganhei de meu pai uma bola oficial, número 5, igualzinha a que os jogadores profissionais usavam na Fonte Nova. Não a nova e belíssima Arena, mas a antiga, muito mais romântica.
Aos 9 anos, e com esse troféu nas mãos, fui torná-la pública. Imediatamente, me dirigi a casa de meu irmão, Fred Schaeppi (sempre ele) e mostrei o tesouro.
Fred, cuidadoso, diz: "Vamos jogar no fim da rua porque tem grama". Claro, no paralelepípedo onde eram nossos estádios iria estragar o couro de marca DRIBLE, a melhor marca da época.
Claro, só eu e ele jogávamos, quando um chute menos calibrado, joga a bola na ribanceira, que ligava a nossa rua ao Boulevard América .
Com saltos gigantes foi cair no quintal do português (lembrar o nome, nem pensar) que cultivava uma horta à beira das águas do Dique do Tororó, hoje pistas de Automóveis. Em ato contínuo a nossa chegada, o ignorante lusitano, com uma faca, fura o bola e nos devolve murcha e morta.
Em meio à tristeza, frustração e medo do que teria que dizer a meu pai. Desolado, perguntei ao meu querido amigo. "E agora Fred?".
Resposta rápida, e a cara dele: "Vamos matar o português".
"Como?", indaguei, até porque uma tarefa dessas não é para ser executada por crianças.
Aí meu herói definiu tudo: "Vou pegar uma faca lá em casa e quando anoitecer entramos na casa dele e pronto, caso resolvido".
Não entendi muito bem, mas Fred é Fred, fazer o quê?
O Lampião entrou em casa e saiu com dois sacos de dormir onde ele e meu outro ídolo, seu irmão Otto, usavam quando iam à colônia de férias Paiol Grande (morria de inveja porque nunca fui) e a faca da cozinha de tia Dudú, sua mãe, que não cortava nem banana, de tão cega.
Ainda sol alto e já aboletados nos sacos (até hoje, nunca entendi porque tínhamos que dormir) esperávamos a HORA quando começou a chover, que sorte do português, fomos embora e ele se salvou.
É, aos nove anos esses planos não dão muito certo não.
Ah!! A bola foi quem morreu.
Ruy Botelho.
IMAGEM DE CAPA: Mulher foto criado por rawpixel.com - br.freepik.com
1 comentários
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