Quando o fato se deu não percebi, talvez por estar lendo a beleza de carta que o querido Dom Samuel Dantas me escreveu a respeito do que penso sobre a eternidade. Só depois foi que vi o grave delito estético cometido pela senadora Kátia Abreu (PP-TO), que na eleição do presidente do Senado usou uma saia confeccionada a partir de 30 gravatas doadas pelos colegas senadores, todas, diga-se, com o nome das excelências nas pontas, o que ao menos facilitará à identificação dos coautores numa provável investigação sobre o frio assassinato do bom senso.
Quando o Carnaval me fascinava, acordava com a boca pedindo água, o corpo querendo calma e o cérebro implorando um analgésico que curasse dores físicas e morais derivadas das madrugadas de serpentinas voando, frevos deslumbrando e lenços ensopados de substâncias proibidas passando de mão em mão até descompassar o ritmo cardíaco de quem exagerasse na dose.